Ensaio,
Entre
os dias,
Durante
as horas,
Busco
a nota,
O
tom menor da saudade,
O
acorde aberto,
Natural,
Da
felicidade;
Ensaio
Para
que um dia seja
A
melodia que não existe agora,
Para
que a batida de lá
Encontre
a cadência daqui;
E
eu retire a carta,
Coringa,
No
hiato do teu sorriso;
Ensaio,
Esqueço,
Que
o tempo já removeu
O
pretérito do silêncio,
Que
a alegria cantada
Naquela
canção
Já
se apagou;
Enquanto
procuro a forma precisa,
Inédita
Ou
inusitada
De
expressar o encantamento;
No
ponto de ônibus é o teu perfume,
Não
é você,
Sinto
o cheiro do teu cigarro,
A
fumaça da tua brisa,
Na
boca;
Emerge
o hiato,
A
dissonância,
Permanece
o intervalo
Entre
o eco agudo
Da
nota infinita
E
o grave na pele
Que
anuncia a batida;
Será
o arpejo,
O
caminho dos dedos,
Que
a linha do teu pescoço convida agora,
Quando
teus braços
Já
não estão envolvidos
No
meu corpo
Enquanto
sentados
No
banco do ônibus?
Cilada
da memória,
Deixo
a janela aberta,
Para
que o cheiro da comida
Abandone
a casa;
Busco
um entorpecente,
Mas
já não é um desvio da mente,
(não
consigo resistir à breve pretensão da rima);
A
tua ausência,
O
tom menor da saudade,
Anunciam
o semblante da conquista;
Deverá
o artista lutar
Para
que a vida humana
Seja
iluminada,
Desperta,
Abrigo
para o coração solitário?
Ou
a escuridão criando músculo,
Catando
verso jogado no abismo,
Sorria
para a solidão
O
acorde aberto
Que
ensaio
Na
tua boca,
No
teu ouvido,
Na
linha do teu pescoço;
Farol
envolvido pela neblina,
Entre
as linhas,
Não
sei se é o futuro
Depois
da próxima esquina,
Acho
que é o passado
Nos
teus olhos fechados;
Talvez
seja a liberdade
Entre
as grades
Do
portão da tua casa,
Quem
sabe uma asa quebrada,
O
compassado errado,
A
melodia inacabada,
A
cadência no pé,
O
ritmo da cintura;
Quem
sabe a gente já
Não
saiba,
A
gente acredita
Que
a desarmonia da vida
Um
dia seja
O
nosso tom,
Timbre,
Som;
Coração
aberto para a felicidade
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