quinta-feira, 21 de março de 2019

Ando tão cansado
de ser eu mesmo. 

Quero abandonar
em uma esquina, 
em uma viela, 
o peso do passado 
que me aliena 
de sentir a força 
de quem sou. 

Quero entalhar, 
esculpir, 
em substância cutânea, 
a memória 
e a genética 
da essência 
dessa potência 
que ainda vive, 

mesmo tanto caminho 
vivido
como labirinto. 

Essa telha trincada,
esse vidro partido, 
não é barca furada, 
é alternativa, 
é a saída 
no beco sem saída. 

É uma vereda aberta 
bem no meio 
do coração 
dessa trincheira 
que me enlaça
os vultos meus. Fantasmas do meu próprio coração. 

Sobre o chão, 
as máscaras caídas. 

O olhar agora 
já pode tocar, 

brotar
o infinito 
que mora dentro:

- despido dos olhos pintados
e dos vestígios 
que atraíam para o abismo. 

É o mergulho 
que convida 
para o fundo 
e o meio 
dessa história. 

Agora 
que se elucida 
para a nossa
trajetória

que o começo, 
a meia volta, 
o término 
e o convite da alma
se encontram 
nessa vontade, 
desejo, 
de seguir, 
prosseguir, 
ir,
fluir 

o ímpeto maior 
do carinho, 
a intensidade
da carícia.

Ciclones. 

E tudo que não se pode conter.
Tudo que não basta em si,

que clama 
pela ultrapassagem 
da inércia 
nos movimentos 
dessa viagem. 

Dança 
entre a necessidade
e a liberdade. 

É o futuro 
que nos abraça
nossa atmosfera onírica. 

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