terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Notícias de um hermano argentino:
- Uma primavera humana se aproxima,
a frente fria se dissipa.

Desvanece.

Entre palavras lidas,
ou aquelas não encontradas,
nas margens desconhecidas,
é possível ter esperança.

É possível esperar que o dia amanheça com a mesma chama cultivada pela caminhada noturna.

Entre um sonho e outro, quero acreditar que o fogo não se apaga,
que aquela estrela que contempla
a nossa existência
pela janela aberta
é o brilho que prossegue aceso
dentro de cada coração.

A gente ainda pode viver a busca de cada batida na cintura alheia, ou de mãos dadas.

Vamos juntos, de mãos dadas, sonhava o poeta mineiro no interior de uma cidade pequena tão longe das capitais.

O poeta já morreu, apanho cada verso seu
tão vivo quanto sinto
o sonho cada vez tão pequeno.

Para cada avenida que encontra o passo dado quero a esperança de prosseguir de mãos dadas, com os braços bem abertos.

Porque quero, porque preciso sentir o abraço do vento,
o cheiro da chuva na tarde quente
e sem saída.

Porque com os braços bem abertos
sinto o carinho do teu sonho.

E agora é possível,
tudo é possível,
como a liberdade.

E você pode abandonar o seu corpo
na beira do abismo
e ser abraçada
pela superfície,
densidade,
profundidade,
oceânicas.

É a vida toda quem te aguarda
na beira,
na margem,
entrada para um novo continente:
- Recipiente de toda alma cantada,
entoada. Boca aberta para receber o teu grito,
o teu beijo lindo
que acena a liberdade
contida,
imprecisa,
esperança entre as grades.

Entre os grilhões desse tempo.

Entre pela labareda iluminada
- morada –
entre o vão tamanho chão
e o céu que beija a pele suada
com a tempestade
- correnteza –
que esse coração precisava.

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