sábado, 15 de setembro de 2018

Já quando penso
em buscar a tradução
do sentimento
em alguma palavra perdida
entre a sujeira e a memória
entulhadas
na porta de entrada.

Já quando procuro
sentir a íris,
o olho que se abre e fecha,

e até entendo,
aceito,
a importância de conhecer a senha.

o teu sorriso
já não encontra o caminho do olho,
o rio que não desistiu
quando encontrou a encosta,
quando sentiu o choro
da pedra
e a força do entulho
de sujeira
e de memoria.

E quando rio
encontro rio,

liberto o riso
que quis brincar,
sonhar,
com a tua alegria,

enquanto me perdia
de não alcançar palavra...
...já não queria.

Já não dá mais
para deixar que essa noite
engula o dia

sem que a tua mão
que deslizava
pelo castanho dourado
que brilhava
nos fios encaracolados
do teu cabelo,

caminhos do teu desejo,

me sorria
a estrela que brilha
na carne vermelha,
rubra,

do teu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...