domingo, 14 de outubro de 2018

Para que tão pouco pé
se o passo é
para adiante?

Por que a face
termina na orelha
se o sorriso é largo
e não cabe nos lábios?

Se o brilho nos olhos
é tamanho imenso horizonte,

E os olhinhos,
ainda que pequeninos,
Espiam por toda
e qualquer fenda.

Os dedos não cabem
na mão,
A mão alcança
o que está
além do corpo.

E todo mundo envolvido
nessa dança
De ser criança,
De ser além,
De não estar aquém;

Porque se existe
tanta vida
que cabe
naquela vida,

não dá
pra deixar o leme
a mercê
da tempestade.

É a mão
que alcança
o próximo ciclone,
a próxima correnteza,
na direção
de uma revolução.

E de tantas revoluções
se faz um coração.

Um dia
o menino aprende
a amar
amando.

A ser alegre
semeando,
a não temer
a tristeza.

E deixar cada ferida brotar.
E depois amputá-la para fora.
E plantar nova raiz.

Sentir crescer nova vida.

Vida nova,
pequenina
e tão imensa,
engravida
a nossa vida
de sonho
e horizonte.

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