Cotovia,
via,
envia
sorriso
largo.
Embarco
no arco soterrado.
Aterro
do desejo.
Cheiros
que
emergem
entre
escombros
convidam.
Embarco
na viagem
que
me alcançou
sem
pedir passagem.
Perco-me
pela via
um
dia vivida.
Via
alegria
tocada
pela
manhã dourada
na
casa velha
em
que a gente
se
abrigava.
Abrigo
trêmulo.
Abalo
sentido.
Afeto.
Afetação.
Se
tocar
pode
ferir,
você
dizia:
-
se tocar
pode
se abrir
uma
pétala,
uma
vida,
uma
via
que
a pele ainda
não
conhecia.
Você
me dizia,
me
tecia,
enquanto
a gente sentia
uma
fenda
que
desabrochava
do
outro lado. Verso da epiderme.
Germe
de paixão
derramada
na mesa
do
café da manhã.
Carinho
cálido
na
cotovia
do
coração.
Pretos
cabelos,
fios,
emaranhados,
envolvidos
na
face branca
e
rosada.
Olhos
de coruja
que
me despertavam
o
toque,
a
mão,
do
mergulho
na
escuridão.
Azuis,
a
sós,
nós,
tocados
pelo
feixe lunar
que
atravessava
vidros
e paredes
e
janelas
para
iluminar
a
intersecção de almas
no
lençol velho
que
acariciava
a
ponte quente
que
emergia
do
toque vivido
por
tanta alma.
Tanta
chama.
Tanto
desejo.
E
eu
e
você
e
o tempo
e
a hora tardia.
Instante.
Já
se vai,
esvai.
Pétalas
murchas,
ou
possibilidade
de
semente.
Cinzas
entregues
antes
de
recomeçar
o
tempo presente.
A
paixão pretérita
que
germinava
poesia
futura.
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