domingo, 16 de junho de 2019

Fio, 
afio, 
fito. 

Passo, 
penso, 
pêndulo. 

Esparramo-me, 
deixo-me, 
às tuas costas 
expostas, 
postas, 

à claridade 
da manhã
que incide
em nós. Nosso rastro. 

Luz que se abre, 
estende, 
pele que se abre, 
beira à tua saliva, 
tua boca, 
tua língua. 

Entrega-se
para o desejo 
que antes naufragava 
à deriva. 

Retalhado, 
perdido, 
desencontrado, 
abandonado, 

ou deixado a si, 
quando buscava, 
suspirava, 

ser desejo livre,
ser transeunte, 

entre a margem 
deserta
de alguma atmosfera 
e a engrenagem 
alerta, 
desperta, 

a cada retiro, 
a cada silêncio, 
a cada verso

que habita 
em germe 
a dobra, 
ou curva 
tangente
à fuga.

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