todo
mundo
mascarado
nesse
inverno.
cada
um
no
seu quadrado
e
com o seu
inferno.
quem
quiser
ser
solidário
que
aprenda
a
ser
sozinho.
quem
quiser
se
guardar
para
poder
aguardar
uma
nova manhã.
para
poder viver.
não
basta
se
encolher,
se
espremer,
para
o lado
de
dentro.
é
necessário
limpar
o tato
e
as digitais.
livrar
os móveis
e
os utensílios
de
suas marcas,
de
seus vestígios.
é
preciso
ter
tato
que
já
não
podemos
ter
contato.
será
que consigo
me
salvar
de
mim?
me
abraçar
na
próxima
estação?
será
que
ainda
existe
uma
parte
de
mim
que
esteja
fora
de risco,
para
além
do
contágio?
quase
tudo
que
sei,
que
já quase
rimei
foi
aprender
a
viver
contaminado.
contagiando
para
encontrar
algum
ar
que
seja
tanto
puro
quanto
parecido
com
alguma coisa
que
a gente
pudesse
chamar
de
alma.
agora
a gente
clama
por
confinamento,
por
isolamento.
a
prisão,
alcova,
ou
cela,
como
se chama
agora?
sei
que
não
podemos
esquecer
o
nome desse abismo
que
existe
entre
nós
e
que nos distancia.
o
nome dele
ainda
é
liberalismo
e
não
liberdade.
agora,
mais
do que nunca,
sinto
falta
do
teu grito
de
liberdade.
de
encontrar
o
timbre
da
tua alegria.
se
essa poesia
te
alcançar
por
mais longe
que
esteja,
por
maior
que
seja
o
medo:
-
cante,
baile,
sorria,
chore,
dance
o desejo
de
ter
ser
menos,
de
ser mais,
ser livre
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