terça-feira, 16 de novembro de 2021

 foi você

quem teve 

a preciosidade

de me mostrar 

a tua face. 


que me revelou 

com cada dedo

da tua mão

muitos cantos

lados

ângulos

perpendiculares

triângulos

avessos

disso 

que a gente 

chama 

de alma

ou 

de coração. 


foi você

quem não

me deixou 

saber

se era 

cena 

encenação 

essência. 


ou breve 

harmonia

que poderia 

sugerir 

o acorde 

e a batida 

de uma 

canção. 


fui eu 

quem buscou 

insistir

em vias

paralelas 

simultâneas. 


em vias

de destino

sonho 

confirmado 

sinais

harmonia 

e sintonia. 


mas

nenhuma palavra 

bastava.

 

já que 

por tanto 

caminho 

que seja 

o arranha-céu 

não alcança 

a superfície 

e a textura 

branca 

da nuvem. 


tanto quanto 

ou mais 

é o abismo 

em toda sua 

preciosidade 

profundidade. 


se é 

para viver 

a intensidade 

de cada asa

ou para abraçar 

a vertigem

de cada lágrima

é preciso 

saltar 

se atirar. 


mas

nenhuma palavra 

basta. 


nenhuma promessa

entrega 

o instante cálido 

da conjugação

da brecha 

com a travessia. 


eu

me desfaço 

da textura 

do aço

e da costura 

que 

me encerra. 


refaço 

o passo. 


desfaço 

o nó 

e me entrego 

ao laço. 


ao traço

que abraça

a tua 

caligrafia.


ao ritmo 

que me 

envolve

em suingues

e vetores

dissonantes.

 

conjugação 

de sonhos

vozes

abraços. 


tons maiores 

acordes abertos 

versos libertos. 


outros tantos

possíveis ecos,


levantes. 


muitas outras

tantas

esperanças

perspectivas,


preciosidades.


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