foi você
quem teve
a preciosidade
de me mostrar
a tua face.
que me revelou
com cada dedo
da tua mão
muitos cantos
lados
ângulos
perpendiculares
triângulos
avessos
disso
que a gente
chama
de alma
ou
de coração.
foi você
quem não
me deixou
saber
se era
cena
encenação
essência.
ou breve
harmonia
que poderia
sugerir
o acorde
e a batida
de uma
canção.
fui eu
quem buscou
insistir
em vias
paralelas
simultâneas.
em vias
de destino
sonho
confirmado
sinais
harmonia
e sintonia.
mas
nenhuma palavra
bastava.
já que
por tanto
caminho
que seja
o arranha-céu
não alcança
a superfície
e a textura
branca
da nuvem.
tanto quanto
ou mais
é o abismo
em toda sua
preciosidade
profundidade.
se é
para viver
a intensidade
de cada asa
ou para abraçar
a vertigem
de cada lágrima
é preciso
saltar
se atirar.
mas
nenhuma palavra
basta.
nenhuma promessa
entrega
o instante cálido
da conjugação
da brecha
com a travessia.
eu
me desfaço
da textura
do aço
e da costura
que
me encerra.
refaço
o passo.
desfaço
o nó
e me entrego
ao laço.
ao traço
que abraça
a tua
caligrafia.
ao ritmo
que me
envolve
em suingues
e vetores
dissonantes.
conjugação
de sonhos
vozes
abraços.
tons maiores
acordes abertos
versos libertos.
outros tantos
possíveis ecos,
levantes.
muitas outras
tantas
esperanças
perspectivas,
preciosidades.
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