sábado, 29 de abril de 2017

Agora,
Que a minha mão aprendeu,

Um pedaço da alma
Fica na nuca.

Agora,
Que cada dedo meu
Aprendeu

Que nasceu
Entre um fio e outro
De cabelo seu.

É minha pele que sonha com a canção da tua mão,
Teus olhos
Que me ensinaram
A enxergar
Dentro da escuridão.

Mesmo hoje,
Ainda não sei,
Se era o meu coração
Que ouvia bater
Dentro do teu peito;

Ou como foi que a minha alma
Resolveu
Convidar a tua
Para o baile solitário
Da noite fria.

Havia tanto medo na minha boca,
Como na pele que encobria
A tua mão.

Havia tanta alegria na minha língua
Como no sorriso
Que se expandia
Pela tua face
Noite adentro.

Tanto enigma na tua partida,
Daquela última vez,
Quando teus olhos
Alcançaram os meus.

Tanta pegada apagada,
Para aprender
A não reconhecer
Que o meu peito
Não bastava
Para o teu coração.

Que a minha pele
Já não era o canal
Que a tua alma tecia
Para assoprar
A vida que você
Ainda procura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...