Ela
me pediu para libertá-la
Daquela
poesia antiga
Que
carregava comigo;
Ela
já não queria mais
As
notas que sugeriam uma canção
Entre
o primeiro verso
E
a vírgula que antecede o próximo;
Deixou
na mesa ainda suja
O
seu olhar de despedida,
Logo
depois do café da manhã;
Queria
transpirar a vida
E
não inspirar a poesia
Derretida
pela carga da caneta
No
papel amassado;
Não
há mitologia que esconda os vãos
Deixados
pelos dedos amantes;
Não
há oração que torne aceitável
A
intensidade do amor,
Ou
os movimentos cálidos da inconstante paixão;
Não
há descrição que torne o instante da pele
Memorável
Como
o fogo vivido na constelação noturna
Que
se abre para um novo dia;
Foi
o teu adeus,
Ou
a ruptura que nos aguardava,
Que
abriu a porta
Para
a poesia ainda não vivida;
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