quarta-feira, 26 de abril de 2017

Se a barreira do teu silêncio
Foi rompida naquela manhã
Era apenas a palavra que havia
Alcançado a tua orelha.

A flor muda que habitava teu coração
Esclarecia que já não era o som da voz
Que anunciava a existência
No compasso da tua batida;

Foi a mulher e não a musa
Que encontrou na pele
A verdade que estremecia a alma;

Foram as mãos cicatrizadas e feridas
Que encontraram os lábios aprendizes
Do poeta infante;

Os olhos envelhecidos
Pelo vestígio de estrela
Que contornava as pegadas abandonadas
No rastro da tua partida;

O poeta buscaria entre acentos e exclamações,
Uma virgula que separasse o sonho
Da realidade da tua ausência,
Um ponto final que não fosse engolido
Pela trajetória da memória,

Mas a imagem não é apenas consciência,
E foi você quem desbravou as vertigens,
Reconheceu a lágrima caída,
A alegria inusitada,
Nas cores que indicavam um novo horizonte,
Outro céu,

Nova vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...