A
expansão do buraco da fechadura
Pela
madeira velha
Da
porta partida,
Trincada,
Rachada,
Que
antes rangia
E
anunciava
A
grandiosidade da solidão.
A
pela dela,
Morena,
Era
a única estrela
Que
emanava
Entre
os ruídos bárbaros
Da
escuridão.
Não
quero ser a mestra,
Ou
a guia,
Ela
dizia,
Serei
apenas o destino,
O
horizonte,
O
futuro,
O
ponto de chegada
De
toda paixão.
As
horas transitivas,
Noturnas,
Daquele
instante,
Escorreram
Para
dias,
Anos,
Uma
década,
Mais,
Em
que a paixão prosseguiria
Na
busca de uma fenda,
Um
buraco,
Uma
rachadura,
Para
que seja bárbara,
Grandiosa,
Uma
implosão insurgente
Entre
os ruídos das máquinas,
Detonando
tudo,
Assim,
De
dentro para fora,
Para
que sejam estrelas
As
peças envolvidas
No
movimento incessante
Da
engrenagem.
Para
que o amor
Resistente,
Sobrevivente,
Possa
ser ainda mais
Incandescente,
Reluzente.
Músculos
remendados
Sejam
abraçados
Por
labaredas marítimas,
Possam
viver
O
que é deixar
O
coração rolar
Pelas
vertigens do amor.
Cada
pálpebra cansada,
Envelhecida,
Seja
amada,
E
a retina esteja aberta
Ao
olhar alheio
Sem
o medo,
Ou
receio,
Que
o mundo todo vivido
Durante
a noite insone
Seja
revelado.
Que
a verdade despontada seja mais
Que
o peso da mesquinharia
E
a confirmação do nosso egoísmo,
O
amor amante reconhecido
Como
o desejo da alma
Que
esteve tanto tempo camuflado.
Seiva,
Mel,
Olhos,
Dedos,
Boca,
Lambuzados,
Desavergonhados,
De
não temer a escalada,
O
salto,
Penas,
Asas,
Do
outro.
De
ser quem é,
De
ser mais
Na
memória que não é tua,
No
coração que não mora
Dentro
do seu peito.
Sente
A
batida que anuncia vida,
Constelação,
No
céu que anuncia a gente
Que
brilha,
Que
sonha,
Que
ama,
Que
mira,
No
horizonte,
Ponto
de chegada,
Onde
toda paixão
Seja
a imensa liberdade
Que o coração precisa.
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