foi
uma genuína ousadia,
genética
de rebeldia,
naquele
instante,
que
já nem sei quando foi,
ou
qual pedaço de território ocupa
na
pretendida cartografia,
quando
a poesia,
alguém,
alguma
pessoa,
aprendeu
com o vento,
que
havia casa,
que
há moradia,
sala,
quarto,
hábito,
para
tomar de assalto.
inaugurar,
buscar
vida,
naquele
canto que beira a fronteira,
onde
no limite da regra,
o
incômodo da força
que
clama poesia,
para
além da métrica,
procura
o exercício da exceção;
porque
o segredo de toda criação,
de
toda invenção,
de
toda produção,
humana,
é
o excesso.
é
a pergunta que não fica muda
no
decreto
da
sentença da resposta,
que
se deseja inteira
no
carinho gráfico
do
ponto de interrogação,
assim,
?
sinal
que haverá expectativa,
talvez
a prospectiva da fala,
ou
o ruído do pensamento:
-
aquela nota de saborosa melancolia
de
saber que a ausência indica
que
existe memória,
uma
história da descoberta;
a
nostalgia ensina
que
um dia a vida
teceu
vereda na mesma esquina
em
que a paixão foi
a
alegria estendida do olhar,
que
já não era de teus olhos,
sim
do horizonte improvável
que
resgatou a noite calada,
e
a lançou no universo cálido
do
sonho aberto
pela
pergunta que abre ala.
envolve,
declara
qualquer
canto
que
seja opaco,
assim,
quando
não há,
quando
não se cala em si,
para
si,
matriz...
...destrinchada.
traçado
aberto,
feixes
paralelos,
visitam
a possibilidade
do
verso,
diverso,
em
outro incipiente,
destino,
continente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário