terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

foi uma genuína ousadia,
genética de rebeldia,
naquele instante,
que já nem sei quando foi,

ou qual pedaço de território ocupa
na pretendida cartografia,

quando a poesia,
alguém,
alguma pessoa,
aprendeu com o vento,
que havia casa,
que há moradia,
sala,
quarto,
hábito,
para tomar de assalto.

inaugurar,
buscar vida,
naquele canto que beira a fronteira,

onde no limite da regra,
o incômodo da força
que clama poesia,
para além da métrica,
procura o exercício da exceção;

porque o segredo de toda criação,
de toda invenção,
de toda produção,
humana,
é o excesso.

é a pergunta que não fica muda
no decreto
da sentença da resposta,

que se deseja inteira
no carinho gráfico
do ponto de interrogação,
assim,
?

sinal que haverá expectativa,
talvez a prospectiva da fala,
ou o ruído do pensamento:
- aquela nota de saborosa melancolia
de saber que a ausência indica
que existe memória,
uma história da descoberta;

a nostalgia ensina
que um dia a vida
teceu vereda na mesma esquina
em que a paixão foi
a alegria estendida do olhar,

que já não era de teus olhos,
sim do horizonte improvável
que resgatou a noite calada,
e a lançou no universo cálido
do sonho aberto
pela pergunta que abre ala.

envolve, declara
qualquer canto
que seja opaco,

assim,
quando não há,
quando não se cala em si,
para si,
matriz...

...destrinchada.

traçado aberto,
feixes paralelos,
visitam a possibilidade
do verso,
diverso,
em outro incipiente,
destino,
continente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...