terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

queria que a vida revelasse
a palavra inédita,
aquela alimentada pela noite
da janela aberta.

pelo vão
o movimento do vento
devora.

a lua abre a sua boca,
queria estar invadido
pela sua língua,

amanhecido na terra que me abraça,
que me revela ser o estrangeiro
desse lado da fronteira
no silêncio que me entrega
ao paradeiro.

acho,
que só me acho
no hemisfério que possa ser

um silêncio grávido de chama viva,
memória inusitada,
ainda não tecida.

é na mão alheia que abraço o coração,
é no músculo vermelho que habita o peito estrangeiro
que o sonho abre o olho
da força adormecida,

para que toda vida que esteve acorrentada,
aprisionada,
seja agora a iminência
da humanidade
que transpira mundo
desatado
na imensidão
da liberdade

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