terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

queria ler
na página já tecida,
escrita,
em um livro
com cheio de livro novo,
o movimento dos teus olhos

no momento
quando aconteceu a descoberta
da tua existência,

e quando o amor
parecia possível,

e quando a paixão
era tudo
o que tocava a alma
e,
também,
incontível.

acho que caminhava
em cima de algum lugar
que alguém chamava
de chão,

me parecia
- na planta da sola do pé –
que o solo
já não poderia conter
a inconsistência
da gravidade.

dessa gravidade de saber
que a gente também existe
para fora da gente.

era alegria que refletia
na tua retina,

era o coração
na tua mão

que segurava a minha.

e agora procuro
na névoa matutina
o mesmo embaraço
de tuas lágrimas perdidas.

será o mesmo sorriso
naquele filme reconhecido
que habitava o compasso
da nossa trajetória?

não sei se é sonho,
ou se é memória,
quando sinto ainda
teu corpo embalado,
embaraçado,
nos meus braços.

é o calor da noite que transpira
nesse abraço,

pudesse
na noite desse dia
alcançar a lua
grávida
e alucinada
de poesia.

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