terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

De noite,
a calma;

dessa vez,
talvez,
o mundo não acaba.

o mundo é muito grande
para conhecer o fim.

a qual fim
a vida derramada sobre a mesa
atende?

até parece que a alma finda,
até parece,
mas ela não termina,

se,
entre as luzes
e suas tonalidades
despertas,
acesas,
a densidade do silencio acende
o sangue inflamado
nos punhos fechados;

nas palmas abertas inflama a ira,

no nervo contorcido,
talvez seja o compasso da angústia.

Baile de pérolas incendiárias,
músculos distorcidos. 

agarra a garra
do amor ainda sobrevivente,

o amor brilha de sonho,
atravessado pela noite,
que flutua calma.

deixa o silêncio pesar no sangue quente,
tecer a sua melodia
para que o grito
não seja o elo,
entre a voz
e a garganta,
arrebentado;

seja  amplitude,
amplificação,
da paixão que esteve derramada,
contida,
calada,

que contém o desejo
que beija a borda.

invólucro aberto,
todo o ar contaminado.

Calma,
deixa a vida passar,
sente o tempo
que não é dito
pela hora anunciada.

conheça o verso
que a textura branca
no papel semente
assoprou para o desejo.

a palavra que você conhece,
apenas,
a saliva,

ou a umidade grave
da calmaria noturna.

Isso foi quando
ela me conteve o passo
e disse:

- calma,
eu também,
às vezes,
quero ser lagoa.

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