Preciso
distrair
entre
o emaranhado
dos
teus cabelos.
Há
um brilho,
um
convite luminoso,
entre
teus pelos.
A
retina
já
não sabe
se
é a luz do sol
que
derrama o dia
sobre
as nossas vidas,
ou
se é o encontro
entre
o caminho
dos
olhos,
olhares
renascidos,
na
travessia
entre
a minha boca
e
a tua.
Deixo
os dedos
perceberem
o quanto,
o
tanto,
são
miúdos
na
profunda
e
intensa
superfície
da
tua pele.
Pegadas
traçadas
no
desenho
da
paixão futura
dando
vida
ao
desejo presente.
Semente.
E
você me diz
que
são feridas,
você
diz
não
saber
se
já são
cicatrizes,
as
trilhas abertas
pelos
dedos e unhas
amantes,
agora
submersas
em
paixões pretéritas.
Corpo
tem memória.
Meu
corpo imerso
na
rede moinho
cutânea
toda sua,
no
seu jeito
de
ser lagoa,
enquanto
o
cheiro do café
penetra
as narinas.
Essa
é a nossa manhã.
Um
lance,
um
caso,
não
só acaso.
Uma
jogada de azar.
Toda
a nossa sorte
lançada.
Não
me atire
ao
sabor da neblina
as
palavras tocadas
pelo
encontro
entre
a tua beleza
e
os olhinhos aprendizes
da
poesia tecida errante.
Me
retire
o
peso
de
todas as minhas
feridas
e cicatrizes
vividas.
Me
atire
ao
encontro
entre
as pegadas deixadas
no
teu coração
e
o céu da tua boca.
Aqui
estão
as
tuas asas.
Vou
deixar as janelas
e
portas abertas
para
que você viva,
possa
viver
e
deixar viver
festas
e
setas
e
frestas
e
odisseias.
Talvez
um dia voltar.
Talvez
em um segundo só
me
levar contigo,
me
levar para longe
dos
afetos mal vividos.
Me
levar para dentro
das
ondas cálidas
transbordando
oceano.
Nascente
de
paixão
e
desejo.
Jeito
de
tecer
e
fazer
gente.
Corpo.
Semente.
História.
Nascente.