Daqui
a pouco
vai
cair
a
chuva
sobre
os tetos
e
as marquises.
Máscaras,
faces
e caras
manchadas,
borradas.
Entre
passarelas,
nas
vielas,
por
entre sarjetas
e
nos becos
vai
cair chuva.
Uma
rachadura no alto,
bem
alto,
acima
dos arranha-céus,
dos
prédios
e
das casas.
Nuvens
trincadas.
E
antes da água
derramada,
o
estrondoso barulho
do
trovão.
Parece
a tempestade
vivida,
sentida,
no
músculo vermelho
coração.
Vai
cair chuva,
não
importa
se
anda por aí
distraído.
Se
quando atravessava
aquela
esquina,
acreditava
que
podia alcançar
o
outro lado
da
cidade.
Aquela
borda na região sul,
a
outra mais ao norte,
leste
e oeste,
também,
transbordam.
Nenhum
rio pode ser silenciado agora.
A
onda do mar alcança o asfalto.
O
oceano encontrou a força
que
a gente buscava
para
fazer a mensagem,
esta
mensagem
e
tantas outras
encontrarem
a margem. Beira de um continente:
-
uma imagem do horizonte
submersa
na neblina
agora
tocada pela água.
Cores
que os dedos
sonhavam
tocar
escorrem
entre
raízes,
plantas.
Levam
consigo
grãos
de terra.
A
lama brota,
a
lama convida,
a
lama envolve.
E
a barba
e
o cabelo
e
o vermelho
desbotado
dos
lábios.
E
as pálpebras
e
as veias
e
a pele
mergulhados
na
lama.
Uma
substância outra,
viscosa,
densa,
aberta,
de
textura sentida
a
olho nu.
Viscosidade
atravessa,
conteúdo
imanente imerge,
avança,
desata
pedaços
do céu
agora
beijados
à
luz da lua. Deixados à atmosfera serena da madrugada nas horas insones
que
anseiam,
espiam,
feixes
luminosos,
dourados,
que
anunciam
a
ânima
de
viscosa
e
aberta
vitalidade.
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