Porta aberta.
por esse retângulo,
entre formas,
vejo a paisagem verde
tocada pela luz amarela.
É um brilho amarelo.
É dia.
Pássaros escondidos
entre arestas,
nos cantos do galpão,
cantam,
insistentes.
Pequenos ruídos anunciam
que existe vida,
ou possibilidade de energia
- vital –
para além das paredes
que se encerram
neste canto.
Para além do teto de alumínio,
entre eu e ele,
esse espaço vão
de atmosfera quente
e silenciosa
pressiona.
Apenas o silêncio anuncia
que a existência continua.
Somente calado
posso deixar que o sonho,
que gravita
em torno do abismo,
permaneça aceso.
Continue a me convidar
a acreditar
que um dia
poderei agarrar
cada dia
como sinto
a pontada
dessa asa
despenada,
despontada,
presa na garganta.
A possibilidade do grito
continua viva:
- Cortejo entre o futuro
e a liberdade prossegue.
quinta-feira, 21 de março de 2019
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