quinta-feira, 21 de março de 2019

Porta aberta.
por esse retângulo, 
entre formas, 
vejo a paisagem verde 
tocada pela luz amarela. 

É um brilho amarelo. 

É dia. 

Pássaros escondidos 
entre arestas, 
nos cantos do galpão, 
cantam, 
insistentes. 

Pequenos ruídos anunciam 
que existe vida, 
ou possibilidade de energia 
- vital – 
para além das paredes 
que se encerram 
neste canto. 

Para além do teto de alumínio, 
entre eu e ele, 
esse espaço vão
de atmosfera quente 
e silenciosa
pressiona. 

Apenas o silêncio anuncia 
que a existência continua. 

Somente calado 
posso deixar que o sonho, 
que gravita
em torno do abismo, 
permaneça aceso.

Continue a me convidar 
a acreditar 
que um dia 
poderei agarrar 
cada dia
como sinto 
a pontada 
dessa asa
despenada, 
despontada, 
presa na garganta. 

A possibilidade do grito 
continua viva:

- Cortejo entre o futuro 
e a liberdade prossegue. 

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