domingo, 16 de junho de 2019

Eu
sinto muito se 
eu me perder 
em mim.

Por não saber 
quando deixar 
me perder 
em você. 

Se não era quando, 
era onde, 
ou tanto, 
perdi a chave 
que me abriria. 

Ou será 
que se perdeu 
a luz que tocava 
a casca
da tinta endurecida 
marcada, 
gravada, 
na madeira da porta. 

Se não é a perda
o sentido 
para o que sinto 
quando você se fecha, 
se afasta, 

não sei 
como chamar 
o vazio 
que me arrasta 
para a escuridão. 
Tudo parece 
tão pouco 
quando lembro 
daquele dia, 
em que tão pouco, 
ou quase nada, 
parecia muito. 

Tanto 
para que eu 
pudesse reconhecer 
que me perder
em você 
é me achar 
em mim, 

quando já sou 
poeira 
de alguma estrela. Vadio entre achados, esquecidos, descartados, atirados para fora das casas. 

Uma minúscula parte 
de alguma matéria
que alguma onda, 
ou correnteza, 
trouxe 
para a entrada 
da tua morada.

Para o miúdo 
fragmento de segundo, 
em que a tua vida
me encontra, 
me decifra. 

Quando você
se acha
perdida, 
entregue. 

Eu me entrego 
à esfinge, 
à fera, 
você,
pessoa, 
mulher, 
que me devora.  

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