A minha pele faz
um jogo estranho comigo,
ela me diz
o que parece ser
possível ignorar,
ou o que
simplesmente
não pude
perceber.
Com suas irrupções vermelhas,
flamejantes,
ela me pergunta
o que fiz de mim
durante a noite.
Qual sonho alimentei,
qual infância esqueci,
qual fúria emergiu
entre um gole e outro
de bebida amarga
que me tragava,
aquecia,
e secretava
a esperança:
- Ela,
que em um passado
nem tão remoto
me parecia ser
tão fácil.
Com algumas cicatrizes,
a pele me convida a lembrar
que depois
do medo
e da dor,
ainda existiam forças
que me ergueram
para a luta,
para a batalha.
Com suas erosões
e inflamações:
- ela me diz
que ainda existe
vitalidade
e que a caminhada
ainda é possível.
E por cada um
desses motivos,
que peço
que a pele
sempre me aguarde,
enquanto
busco encontrar
algum sentido
que dê sentido
à pulsação
que me impulsiona
para o encontro
do tempo,
da humanidade
e da vida.
E peço que ela
não se despeça
de mim
e novamente
faço as promessas,
que já foram desfeitas,
ou não cumpridas,
que buscarei amor.
Mais amor
para entregar a ela,
amando mais
a mim mesmo
e minha esperança
e sonhos
de conquistar a liberdade
e uma liberdade
que não seja só
minha.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
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