sarjetas,
soleiras,
veias vermelhas,
que moram fundo
nos globos oculares,
ainda há
um murmúrio
mais denso
que o silêncio.
Um sussurro
que range,
rumina,
mastiga,
fibras
e articulações.
Um som miúdo
nos lados
minúsculos,
desouvidos,
do coração
e das paixões.
Em uma frequência,
em uma vibração
que é dentro,
que é antes
do momento
que a voz ecoa,
que o acorde se forma,
que se conjuga
a dissonância.
Murmura a pétala esquecida,
a estrela pintada
no papel amassado,
a história das folhas,
das árvores,
do vento,
da criança
que brinca
dentro
e que brilha
no olho pescado
da fossa,
do fosso,
da poça,
do poço,
em que
germina a força
de uma tempestade,
de uma correnteza.
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