sábado, 13 de maio de 2017

Na plataforma não há mais pessoas, 
Apenas um ruído de gente, 
Uma multidão de estrelas adormecidas,
De sonhos repartidos e naufragados;

Cercada de eletricidade e metal, 
A espécie humana nesse lugar
É como um manto que encobre o horizonte, 
Mantém o véu da neblina;

O dia rompeu a noite, 
Como naquela canção, 
E a luminosidade nos impede de ver, 
É preciso enxergar com as mãos
E elas estão frias;

Tateamos o nosso próprio abismo
E não conseguimos perceber, 
Nossos corações buscam o ninho seguro do silêncio, 
O mar de vozes é entorpecente, 
Não existe a fala,
Não há palavra, 
Apenas um fluxo breve interrompido
Por outro fluxo,
outro fluxo,
outro fluxo...

Para a pele só resta as amarras, 
Antes o músculo preso e calado
Do que as feridas do eminente contato, 
É preciso driblar a si próprio, 
Perseguir a existência, 
Não perder o último trem, 
Abraçar o destino;

A viagem é impiedosa, 
É preciso encontrar lugar,
Um vagão no meio da multidão, 
Isto ou ser atropelado,
Assim sentimos o movimento da história,
Mas não reconhecemos o desenlace da nossa própria história.

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