terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Me deixa caber dentro do silêncio,
ser o fantasma das horas transpassadas,
o passo torto que não recua,
mesmo quando a vida insinua
a ilusão da linha reta.

Me deixa sentir a intensidade da vida,
mesmo quando não existe tesão
em viver a corrida,
mesmo quando a gente é seta
sem buscar atingir,
alcançar,
uma meta.

A gente é.

Me deixa ser
quando posso sentir,
quando posso viver,
quando posso ir,
mesmo sem saber
quando destino vou alcançar,

ou qual parte de mim
vai ficar
pelo caminho
já percorrido.

Me deixa ser o som
que vibra na corda do violão,
a vibração,
parece eco,
é distorção,
dissonância,
difusão,
propagação,
de todos os sentidos
vividos
no abismo
da solidão.

Me deixa permanecer pulsante
na textura da penumbra,
no instante antes

da vida em disparada.

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