quinta-feira, 1 de março de 2018

Já,
a tristeza plantada,

lágrima,

onde andará o pranto
que a noite buscava beijar?

onde andará a alma
que busca ser,
escorrer,
pelo branco e o preto,
dos olhos?

será que ainda distraída
entre teus dedos,
nos caminhos do teu medo?

talvez perdida na margem do erro,
ou do acerto não calculado,
na tua pele trêmula,
na gravidade da tua voz.

a pele é o timbre da alma,
a pele é a sujeira espalhada pela casa,
a pele é o excesso do amor não vivido,
a pele é a cartografia rascunhada
num mapa com cara de janela;

a pele que me entrega a alma
para o teu coração,
que aponta os limites da solidão,
que indica vestígio,
rastro,
o desconhecido
que mora dentro
da futura paixão.

a pele agora rascunha uma lágrima,
quer despejar a tristeza
para a língua noturna,

na boca da escuridão.

o pranto e a solidão,
tudo junto,
toda a dor,
correndo,
sendo,
para fora do peito.

para dentro
o teu desejo.

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