Morto,
vivo,
tem
corpo.
corpo
morto degenera,
corpo
vivo entrega
a
vida
todo
dia
em
cada esquina.
corpo
muda...floresce,
corpo
que busca vida...
...enriquece,
cresce,
descobre
a si
no
gosto vermelho
da
pele.
poros
que abrem,
renascem,
na
boca desbotada
da
vida
de
todo dia
em
cada esquina.
agora
a
boca umedecida
com
gosto da vida
que
ainda há,
que
pode ser
o
abraço doce da chuva
depois
que o céu desabou,
e
a dança camuflada,
soterrada,
no
sopro
entre
uma veia
e
o sangue quente,
vermelho,
rubro,
desperta,
liberta
o
assopro doce
da
tua alegria
que
teus olhos
umedeciam
e
quase desvaneciam
na
miúda fração do segundo
já
vivido,
morto,
já
perdido
entre
o sonho abrigado do horizonte,
e
o instante
em
que vi
o
levante
das
tuas asas...
...em
chamas:
-
ícaro,
futuro,
tragédia,
sonho,
esperança.
Não,
doce
criança,
impetuosa
menina,
não
degenera,
não
regenera,
floresce...
...muda
o sentido desse tempo,
muda,
corpo
vivo,
renascido,
liberto
da violência,
da
tortura.
não
se entrega
a
quem te cala,
a
quem te machuca,
te
aprisiona,
te
promete a cura.
aquece
o teu sonho,
mergulha
nessa
miúda
sobrevivente
chama
de poesia.
chama
no asfalto quente
de
cada esquina
para
que esse dia
não
seja igual
a
todo dia.
Seja
o levante das tuas asas,
cada
pluma
cada
pena,
única,
transcendente,
para
romper,
interromper
a gravidade,
a
densidade de toda barreira,
fronteira,
que
leva
a
vida desejante,
amante,
a
conhecer a queda
e
o olho nu
do
abismo.
viva
para
viver
o
instante
em
que vejo,
em
que sinto,
a
nudez transbordante,
vida
liberta
da
tragédia.
fogo
que alimenta a liberdade
e
não te devora as asas,
a
vida,
própria,
do
teu levante,
da tua viagem.
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