sábado, 15 de setembro de 2018

Agora,

só consigo lembrar
daquela poesia antiga,

em que alguém perguntava
qual é a idade
em que o juízo
nos alcança.

Acho que ainda chego atrasado,
ou será que é o relógio
que já não consegue acompanhar
o ritmo do nosso sonho?

Acho que já alcançamos
aquela idade,

em que a gente esquece
a porta aberta
novamente.

Depois a gente caminha
perdidos como migalhas,
sobras do café da manhã,
sopradas pelo vento,

tentando encontrar
em qual labirinto
está a chave
para o coração.

Talvez no canto
de um pássaro,
ou no assobio
de uma criança

parecido
com o ruído
parecido
com a cor
de minha alma.

Como se a cadência
de uma estrela
insinuasse o brilho
de cada hora noturna.

Como se o sol beijasse
cada trilho
e abraçasse
cada passo,

onde não há destino
a ser encontrado,

apenas um futuro
a ser construído,
vivido,
amado,

como se ama quem
encontra a si mesmo
quando ama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...