quinta-feira, 21 de março de 2019

Todos os nomes, 
todos os números, 
todos os encontros, 
todas as músicas, 
luzes e sons

que me lembram você, 
que me lembram. 

Todas as palavras, 
timbres e imagens. 

O mesmo sonho 
que emergiu 
do outro lado 
do rio,
na beira daquela margem. 

E aquela esquina
que me lembra você, 
que me lembra. 

Todas as máscaras 
que quis deixar ao chão, 
todas as fugas 
trancadas na mala esquecida 
no fundo de algum armário. 

Para que na próxima curva 
eu pudesse encontrar 
outro lugar, 
uma nova memória 
para que essa história 
não fosse tanto 

um lance de dados, 
uma carta na manga, 
uma jogada de sorte. 

Todos os encontros 
para que pudesse reencontrar 
em pelo menos um 
passo dado 
a beleza do acaso. 

Todas as respostas
que não poderia ter, 
todas as senhas 
que não saberia, 
que poderia esquecer, 

diante do abraço 
do inesperado. 

e o sentido se abrir 
para sentir 
que 

esse sonho não revela. 

Não há setas 
na próxima curva. 

Viver para saber 
que a minha vida 
pode ser encontrada. 

que existe uma vida 
que pode ser sonhada. 

que há possibilidade 
de vida amada 
entre o céu e a terra, 
na beira do caos, 
naquela paralela
de luminosidade latente 
entre as estrelas. 

Na cadência 
da tua trajetória 
a faísca 
de uma nova memória. 

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