que o passado volte,
outra vez,
novamente.
Eu tenho medo
que o futuro
se afaste:
- siga,
escorra,
desça,
pelos buracos do ralo.
Não quero
que o destino
nos alcance
nesse instante.
Agora vou tentar...
...sem medo.
Pela grande avenida
vou atravessar a multidão,
abraçar o abismo
sem temer o horror
da neblina enraivecida
que envolve
a hora absurda da madrugada,
que desperta
a angústia
e a ira.
Onde é que foi parar,
por onde caminha,
a chave,
a porta,
o solo,
o teto,
a parede a rebocar,
do ninho
quase seguro
do teu coração?
Não temos o tempo,
tememos o medo,
sem medo temos
um coração...
...será?
Alguém viu saltar,
pular, sorrir,
brincar por aí
um coração?
Acho que é ar
o assopro que sinto
por esse buraco
que se tornou
paradeiro
dentro do peito.
Eu tenho medo,
não temos tempo,
onde é que foi parar
o futuro?
Temos o coração
para seguir...
...será?
Acho que foi por ali,
pelo buraco,
pelo ralo.
Agora o passado,
outra vez,
novamente.
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