sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

intento, 
não identifico, 
apenas fico, 
em cima do traço. 

alguém me diz
que se chama 
percalço 
quando o caminho estendido
depois do passo dado. 

já não foi o primeiro, 
já sabe o que é ser 
no encalço, 
já conhece o que é ser 
a caça. 

se atira 
pelas vias, 
atua, 
já não mira. 

guarda-se 
diante da possibilidade 
do compasso persuasivo. 

mais do que ser caminho, 
pretende ser alternativa 
quando a cadência 
abandona a estrela 
que se derramava 
na caída do céu 
como forma de esperança. 

pergunta-se 
porque o sol 
se põe tão cedo. 

ai, que medo, 
das garras noturnas 
que nos alcança 
quando somos escuros 
mais do que a própria 
escuridão. 

a travessa soturna 
termina no beco, 
de mãos dadas 
enlaçamos a solidão. 

nem sequer 
um buraco 
na escuridão 
do céu. 

a quem visitava 
a lua 
que espiava 
nossa carne nua, 
quando não se temia 
a luz crua, 
a janela não se fechava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 dentro da caixa  tem lápis de cor fora da caixa  existem cores  no céu na água do rio  na onda do mar  no arco-íris  no brilho  da íris  de...