terça-feira, 16 de novembro de 2021

 existe uma dança

no brilho

que habita

esse olhar.

 

existe um gingado

nesse instante

que a gente chama

de sonho.

 

dentro e fora

do ritmo,

 

nesse

e em outros

tempos

 

o corpo vibra

e a alma

se recorda

que é vida.

 

e eu me lembro

de você

tão menina.

 

gira,

baila,

roda,

debocha,

sorria.

 

e eu

ainda mais

menino.

 

o corpo salta,

pula.

 

primeiro

os braços,

depois

a cintura

e as pernas.

 

gotas de suor

encontram

a densidade

do chão.

 

não volta mais,

não,

não volta mais.

 

cada curva

em tua

volumosa carne.

 

cada textura,

camada,

da tua pele.

 

o carinho gráfico

tecido

com a tinta preta

no branco

do papel.

 

agora

nós podemos

tocar o céu.

 

não volta mais,

não,

não volta mais.

 

tantas camadas

a se revelar

e tanta beleza

para sonhar.

 

dói imaginar

tanta semente

que poderia

ser germinada.

 

tanta pétala

ainda não brotada

que poderia conhecer

a brisa da noite

e o calor do dia.

 

não volta mais,

não,

não volta mais.

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