terça-feira, 16 de novembro de 2021

 passageiro futurista,

passa rápido,

veloz,

passa rápido.

 

foi-se o amigo,

ficou

o tesouro escondido

que precisávamos

desejar procurar.

 

foi um passo perdido

por aquela rua

em uma tarde

de domingo.

 

ainda sinto

o cheiro

daquele dia

 

como folhas verdes

se movimentarem

ao sopro do vento

no ritmo tardio

de mais um dia.

 

e lentamente,

nostalgicamente,

melancolicamente,

inevitavelmente

 

a escuridão renasce

e anuncia

que mais uma vez

a noite vai chegar.

 

e sobre a noite

e suas criaturas

nós sabemos

que há memória

e que tudo

foi um sonho.

 

ainda sinto e sonho

o gosto

da tua asa ferida.

 

ainda resta

a pétala amassada

de alguma flor,

que desbotada

floresce

doces espinhos.

 

doces velhas cores

na palma

da minha mão.

 

abro os dedos

para estender

um pouco

de carinho

e muito mais

de força.

 

um tanto mais

de alma.

 

mais da pessoa

que existe dentro

de cada história.

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